Um dos elementos mais interessantes da Colônia de Pescadores Z3 são as suas "falas" típicas: palavras, frases e expressões que parecem somente ser faladas neste lugar. Entre elas estão:
“Despescar” – tirar o peixe da rede;
“Manjoada” – largar “rede de espera” (põe a rede num dia e retira-se no outro);
“Saragaço” – barulho; confusão; agito;
“Andana”- conjunto formado por redes e calões (calão é um ‘pau’ usado pra prender a rede);
“Feição mal” – sem conforto para trabalho;
“É uma chave” – é um debilóide; é uma figura; é um “quadrinho”; é um “sem-noção”;
“Balaquero” – que se acha o melhor; que se acha o tal;
Ladino” – sem vergonha; agitador; criança que incomoda;
“Relar” – resmungar;
“À fuseu” – sem pensar; sem raciocinar, sem planejar;
“Inhacha” – muito machucado; detonado; destruído;
“Pisado” – machucado;
“Buscar de vereda” – buscar muito rápido; pegar de primeira;
“ ’tá numa ‘naba’” – sem dinheiro;
"É uma arraia" - é dificil; é complicado de fazer ele trabalhar ou isto funcionar;
"Sarralho; Sarralhinho" - pouco peixe ou poucas coisas;
"Baixando o óleo" - fazendo alguma coisa errada;
"Madeirão" - pescador que não pesca nada;
"Se aplumar" - se organizar para realizar alguma atividade;
"Borregar" - pessoa ineficiente; esculachada;
"Rebojo" - denominação local para o vento que vem do sul conhecido na região da campanha gaúcha como “minuano”;
e “Agacho” – ganhar pequena parte da produção pesqueira ao ajudar os pescadores em sua chegada da Lagoa dos Patos, e vender esta ‘parte’ à uma peixaria local.
Além disso é comum o uso de frases relacionadas à religiosidade católica, tais como as relacionadas ao temor diante da cristandade:
“Não presta comer sem camisa”,
e “Não presta rezar de luz apagada”.
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